"(...) Tudo deve ser vivido intensamente, mas nem todo mundo precisa saber de tudo..." - Elton Trindade.

Foto: Edilza Cunha.

Ah uma necessidade excessiva, dessa geração, em querer viver dando satisfação de suas vidas para outras pessoas. Com o avanço da internet e das informações instantâneas, vieram também, com o passar do tempo, o hábito de: a partir de sua localização, dizer o que está fazendo ou, viver se alto afirmando, alto explicando-se, etc.

Sim, é verdade, eu mesmo já caí, por diversas vezes, nesse hábito desnecessário. Quando paramos para analisar e pensar com os nossos próprios “botões”, iremos entender que não há necessidade alguma de passarmos pela vida tentando provar ou explicar algo para alguém. Quando nos prendemos a isso e fazemos isso diariamente, deixamos de viver por medo do que o outro pense ou deixe de pensar.

Não estou falando sobre postar uma foto ou um vídeo, marcar o local ou ambiente em que você se encontra, mas sobre transformar a rede numa espécie de diário da vida moderna. Para que serviam os diários? Os diários serviam, mas comumente, para os desabafos das mocinhas que estavam entre a adolescência e a fase adulta de suas vidas; aquilo que não tinham coragem de contar para alguém, era registrado em uma espécie de caderno; alguns tinham até cadeados e pouquíssimas pessoas tinham acesso ou, ninguém, a não ser sua própria dona.

A partir do momento que expomos todos os detalhes de nossas vidas na internet, corremos o risco de perdermos nossa própria identidade. As pessoas pareciam mais felizes, antes de adquirirem este hábito de querer postar cada passo dado ou, de passar a viver se explicando sobre determinados assuntos de sua vida pessoal. Tudo deve ser vivido intensamente, mas nem todo mundo precisa saber de tudo.

O fato é: que a internet tem se tornado cada vez mais um ambiente tóxico, de pessoas tóxicas, que por like ou qualquer minutinho de “fama”, passam por cima de tudo e de todos para se promoverem. Poucas pessoas ou ninguém se compadecerá de sua história e, algumas, vendo qualquer “brecha”, se utilizará desta para, de alguma forma, tirar proveito; acredite.

Nesses últimos meses eu tenho feito a experiência de ficar afastado das redes sociais, já tinha feito essa experiência um tempo atrás, quando passei três anos longe dos “holofotes” da internet e acabei voltado; novamente achei necessário me retirar para me reconhecer, me retirar para me reencontrar, me retirar para ficar com o melhor de mim... minha essência.

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Por: Elton Trindade.

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