NÃO MUDE POR FORA, SE POR DENTRO A ESSÊNCIA MORRERÁ SUFOCADA!

(Imagem retirada da internet.)

Outro dia escrevi aqui: “O feio quer o bonito, o bonito quer o lindo, o lindo quer o perfeito e o perfeito não quer ninguém, porque se acha superior a todo mundo; e assim, todos terminam só porque não buscam o essencial, o interior”. Confundimos sentimentos com desejos e achamos que isso é amor; mas, amor é momentâneo? 

Outro dia escrevi em meio a um texto que publiquei recentemente, também aqui: “O amor é pleno, é soberano, é singular; é auto-suficiente... A partir do amor nascem os demais sentimentos, porque em meio a eles, o amor é como o sol, que irradia luz para que eles possam brilhar”. 

Devido a essa confusão toda que causamos, corremos um sério risco de não sabermos identificar o que é verdadeiro e o que é passageiro. Porque se dá dessa forma? Porque deixamos que o externo nos encante primeiro. Tipo: olho, e se ao olhar me deparo com uma certa beleza, me encanto e afirmo, é amor! Será mesmo? Em outras ocasiões: olho, tendo em vista que o externo não me atraiu, não ousarei se quer conhecer-te mais de perto para tentar ver o invisível por trás de uma imagem “borrada”. Porém, se nos damos essa chance de conhecer o invisível, aquilo que parecia um erro gráfico se torna a arte perfeita; só precisava de um olhar mais clínico sobre o projeto final. 

É como chegar a uma exposição de pinturas abstratas; vejo e penso: “_isso é um borrão”, porém, quando vamos estudar aquele “borrão”, conhecer o invisível por trás dele; a mensagem do artista é revelada de forma magnífica e ai, queremos levar a arte e expô-la da forma mais visível possível dentro de nossa casa. 

É comum nas redes sociais ver imagens do antes e depois de algumas pessoas, com a seguinte frase: “Se não me quis assim, não me procure só porque estou assim”. Aí você tenta puxar pela mente a imagem de alguém antes magro, uma pessoa normal, simples, que foi impulsionada e/ou ”obrigada” por causa de algumas frustrações, a se enquadrar no padrão exigido pela mídia e que, consequentemente afeta nosso ego, psicológico e autoestima. Isso é normal? 

Por um lado positivo, imagino: que bom que a pessoa olhou para si e, olhando para si encontrou forças para cuidar de seu próprio eu; não existe nada mais prazeroso que amar-se. Por outro lado: é torcer para que ele não tenha feito isso para agradar meia dúzia ou, se enquadrar nesses padrões fajutos que a mídia nos impõe e que achamos que devemos seguir como regra! "_Não, eu não olho para beleza". Mas ao te conhecer, te coloca de lado ou, tenta te moldar da forma que ele deseja que você seja. Essência? Interior?... Não, não; isso foi só uma frase bonita e fácil de ser dita por qualquer meio digital de comunicação; ao te ver, o encanto acabará, porque você não era o que ele pensava que você fosse.

Não que você não seja magnífico, que não traga consigo aquilo que falta em muita gente que trocou o cérebro por algumas “bombas”, dessas que se compra em qualquer farmácia ou lojas de produtos para pessoas que malham; mas, porque os seus olhos externos não permitiram que ele enxergasse o seu interior, e o interior só pode ser contemplado por outro a altura, que saiba contemplar por trás do “borrão” aquela obra prima, escondida lá no fundo da alma; como uma pérola no fundo do mar. 

Não mude porque as pessoas acham que você deve mudar; não mude por fora, se por dentro a essência morrerá sufocada; não mude para agradar, porque, quando for de verdade, quem é de verdade te verá exatamente como és e você será parte dele e ele será parte de você; ambos não conseguirão viver longe um do outro. O que é de verdade aparece; não se desespere.

Por: Elton Trindade

(Texto de minha autoria publicado em minha pagina no Facebook em 01/08/2017.)