CRIS SENA - PRESENTE!

Imagem: Arquivo pessoal.

Qual a percepção/lógica que nós temos quando somos acometidos por alguma enfermidade? Queremos a cura. Isso é fato. Mas o que seria ser/estar curado, diante da visão humana? O que é mais precioso, este plano ou o plano aonde não mais sentiremos dores? Quando não considerados curados nesta vida estamos fadados a acreditar que Deus falhou conosco ou, que o próprio Deus nos abandonou, correto? Errado! É nesse momento que aqueles que se consideram doutrinados por algum tipo de fé, se não devidamente preparados para encararem estas realidades, se frustram e põem essa fé em dúvida.

O que Cristo nos prometeu quando habitou entre nós? Isso mesmo, o céu. Sua carne foi estraçalhada, seu sangue derramado, suas mãos e pés, perfurados, mas Ele tinha uma certeza, a certeza de voltar para a casa do Pai. Não somos daqui e nem viemos para ficar. Padre Fábio de Melo canta uma canção que diz o seguinte:

“Não, eu não vi a sua cura se cumprir;
Eu não vi o seu milagre acontecer;
Nada que eu pedi a Deus aconteceu...”

Não aconteceu como queríamos! Teimamos, quando não enxergamos o que está além do que os nossos olhos mortais enxergam. Quem disse que a cura não veio? E se o processo da dor carnal não foi, se não, o caminho que Deus encontrou para curar a alma e a recebe-la sã na eternidade? Por sermos humanos, queremos encarar as diversas situações ao nosso redor com um olhar meramente humano, mas quem tem conhecimento, por menor que seja, daquilo que está “oculto”, entende que não há melhor processo de cura da alma, que aqueles que nos levaram a sentir a dor na carne. Santo Agostinho vai dizer o seguinte:

“A morte não é nada. Eu somente passei para o outro lado...”

A dor não seria tão doida se enxergássemos a situação pelos olhos da fé. Sim, existe todo um processo de saudade, de não mais falar com a pessoa, de não ter o contato físico e até mesmo da revolta momentânea, quando o caixão se fecha pela última vez. Pelas experiências ao longo da existência, que obtivemos ainda neste plano, nós podemos concluir que aquilo que chamamos de dor da saudade vai amenizar; em um primeiro momento tudo pode parecer muito difícil, até que o tempo, as orações constantes e a certeza de uma vida eterna onde um dia nos reencontraremos, vai quebrantando essa dor inicial e aí ficará somente a doce e perfeita saudade carregada de paz interior. Não esquecemos de quem se vai, mas também não podemos estagnar e achar que a vida acabou para quem fica. Se quem vai inicia um novo ciclo em um novo plano, quem fica também precisa fazer isso.

E então lembraremos do outro com aquele leve sorriso na face e agradeceremos por aqui, neste plano, termos nos cruzados. Faremos memória de tudo que foi partilhado e compartilhado, do tanto que o outro deixou em nós e nós nos doamos ao outro. Mário Sergio Cortella foi sábio, quando disse:

“E no dia que eu me for - mas eu não queria ir - só tem um jeito de ficar: Ficar nas outras pessoas...”


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Uma singela homenagem do responsável por este Blog – Elton Trindade - a amiga inesquecível, hoje, in memória, Cris Sena.

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