COMO UMA ESPADA DE DOIS GUMES - REFLEXÃO - ELTON TRINDADE.

Imagem: Arquivo pessoal.

Ser autossuficiente é como ser uma espada de dois gumes, se de um lado você se basta, do outro você pode, aos poucos, ir perdendo a sensibilidade, o ser reciproco com quem é com você, enfim; acredite, as coisas vão acontecendo sem você perceber. Como tudo na vida a autossuficiência é algo que tem que ser dosada, nem demais, nem de menos, mas na medida exata. Como saber a medida exata para certas coisas, aparentemente tão difíceis de serem controladas, como os sentimentos por exemplo?

Autossuficiência refere-se ao estado de não necessitar de qualquer ajuda, apoio ou interação de outros, para sobreviver. É por isso um tipo de autonomia. Eu sempre defendi a condição de se colocar em primeiro lugar, você por você mesmo, o amor próprio como algo absoluto. Mas até que ponto isso pode ser considerado saldável?

Absoluto, em Filosofia, é definido como a "realidade suprema e fundamental, independente de todas as demais". Primeiro vamos tentar entender como chegamos à essa condição de ser autossuficiente. Você sempre foi assim? Certamente não. As circunstâncias te forçaram a ser assim, não é verdade? Mas, como fica todos ao seu redor? Todos ao meu redor têm uma parcela de culpa por eu ter me tornado quem eu sou hoje!

De repente o aniversário de um amigo já não faz mais sentido; para a pessoa que se tornou indiferente aos sentimentos, esta seria uma data comum como qualquer outra e, talvez os simples parabéns seja o suficiente, sem muito alarde, sabe?

Indiferente é a pessoa que se mostra desinteressada; que não possui preocupações, interesses ou sentimentos pessoais acerca de algo ou de alguém; insensível. Compreendem aonde quero chegar? Um dia sentimos tudo e sofremos muito por sentir demais, no outro compreendemos que o melhor é sermos autossuficientes; defendemos a ideia do amor próprio acima de tudo e isso é impregnado em nós como algo absoluto que, com o passar do tempo vai nos deixando indiferentes ao alheio. Exatamente, isso vai fazendo com que nos tornemos uma pessoa insensível.

Embora o caminho percorrido escrito pareça algo visível e fácil de ser controlado, não, não é. Todo o trajeto é feito nas entrelinhas de uma decepção e outra, de um cair-se e levantar-se de novo, enfim; coisas que ficam mais perceptíveis com a maturidade alcançada e, lembrem-se: maturidade nada tem a ver com a idade, são duas coisas bem distintas. Para alguns, todo esse trajeto é exposto como uma grande conquista, mas o fato é que não é e, embora a emancipação humana em todas as áreas em partes é considerada positiva, essa mesma emancipação feita de forma atropelada, sem breves avaliações durante o trajeto quase imperceptível, pode levar este ser ao caos emocional sem precedentes. Lembrem-se: Nem demais, nem de menos; se não na medida exata, que pelo menos saibamos avaliar os trajetos já percorridos, isso já seria um bom começo. Os sinais estão bem à nossa frente e você sabe disso!


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Por: Elton Trindade.

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