"(...) Um dia a gente vai crescer, do mundo a gente toma conta..."

“(...) A gente sabe que viver, é muito mais que uma aventura; a gente sabe que vencer, é pra quem sonha e quem procura...”

Foto: Ricardo Monteiro.
 “(...) É tão bom, bom, bom, bom... Quem quer pão, pão, pão, pão... Bom estar contigo no meu coração...”

Quem lembra da então “Rainha dos Baixinho”, Xuxa Meneghel, que foi sucesso nas passarelas, nos palcos e na TV brasileira entre os anos 80 e 90? Por onde passava ela arrastava multidões. Enquanto isso, em um lugar bem longe dos holofotes da Xuxa, surgiam uma espécie de cover das “Paquitas”; mais precisamente na cidade de Pedro Avelino/RN, entre os anos de 1988 e 1989. De “Paquitas” eram chamadas as dançarinas de palco da Xuxa. Quase toda jovem da época sonhava em ser uma “Paquita” da Xuxa.

Rosevânia Ferreira, aluna da Escola Estadual Professora Josefa Sampaio Marinho, sendo muito fã da modelo, apresentadora e cantora, teve a ideia de montar um grupo; inicialmente, tudo não passaria de uma grande brincadeira. As demais meninas não precisariam ser da mesma sala que ela e, a partir de então, começou a criar novos laços de amizades com coleguinhas das salas vizinhas que futuramente se tornariam "Paquitas" junto com ela. Com encontros marcados sempre aos sábados, os ensaios foram se tornando corriqueiros, fosse estes nas calçadas, na frente da Prefeitura, na casa de uma e de outras meninas do grupo... depois de colocar o disco/vinil pra tocar, era só ensaiar e se divertir com os passos coreografados pela própria Rosevânia! Até que um dia, um convite: “_Que tal fazerem uma apresentação na Festa do Padroeiro?” O Convite partiu da Empresária Neuza Rufino e esta mesma tratou de providenciar o tecido para a confecção das roupas das meninas. Na época, o responsável paroquial era o Pe. Ramos. Elas não imaginavam que a coisa fosse ficar tão séria.

Foto: Ricardo Monteiro. 
Os ensaios precisariam ser mais intensificados, foi aí que entrou para dar uma organização mais precisa ao grupo, além da Empresária Neuza Rufino, a Professora Maria do Céu Antas, o Professor Ivanildo e a Professora Fátima Antas. O Grupo, inicialmente, eram só as “Paquitas”, não tinha a Xuxa, até que Neuza sugeriu colocar como Xuxa sua filha Kalyana Beatriz. 

Depois da primeira apresentação, que foi sucesso de público, as demais apresentações ficaram acontecendo sempre aos finais de semana no então Salão Paroquial da Paróquia São Paulo Apostolo; sempre com shows voltados ao público infantil, o mesmo tinha entrega de presentes, lancheiras, brincadeiras... do jeito que a criançada da época gostava e da forma que a apresentadora Xuxa fazia, no auge do seu sucesso na TV brasileira.

Foto: Adriano Matias. 

Anos depois, o reencontro! As “Paquitas” cresceram e seguiram rumos diferentes, porém, aquelas lembranças ficariam pra sempre em suas memórias; fotos que comprovam este momento da vida delas foram guardadas. Elas então resolveram marcar um reencontro para conversar, relembrar... O primeiro reencontro aconteceu ano passado (2018). Jessélia Rodrigues, Jailma Varela, Rosevânea Ferreira, Kalyna Vanessa, Vandécia Keila, Kadija Rodrigues, Andréa Diniz, Helaine Nunes e Kalyana Beatriz, deleitaram-se nas boas lembranças até que, o primeiro reencontro pediu um segundo, que aconteceu recentemente. A cada novo encontro, fotos que relembram um tempo feliz que marcaram as adolescentes, hoje, mulheres donas de suas vidas! Vejam os relatos de algumas de nossas “Paquitas” de P.A.:

Foto: Adriano Matias. 
“Para mim é um misto de sentimentos... Muito bom está com vocês! Passa um filme na minha cabeça. Recordo dos nossos momentos de criança... E que momentos! Tão diferente das crianças de hoje! Nós próprias defendíamos nossa disciplina. (Risos) Era tão engraçado! Hora de dormir, acordar, ensaiar, estudar... (Risos) Como éramos felizes! Lógico, tinha também as desavenças, mas, quem não as têm? Aprendi muito com vocês, sou grata por ter feito e fazer parte desses encontros e reencontros. Amo falar sobre, para minha filha... (Risos) Vocês precisam ver os olhinhos dela brilhando quando falo dos shows. (Risos) --- Sério “maínha”!? Era assim mesmo? (Risos) Meu Deus! Vocês são famosas!” - Jessélia Rodrigues.

Foto: Adriano Matias.
“Meu Deus, o que falar!? Tempos que não voltam, mas foi muito bom e também era nossa infância, coisa que hoje não tem pela tecnologia. Eu tinha orgulho de ser “Paquita”, fazer parte desse grupo, jantar cedo para correr aos ensaios, isso com hora pra voltar. (Risos) Os shows no salão foram maravilhosos e as matinê para arrecadar dinheiro para comprar os microfones de plástico! Nossas roupas, tudo inesquecível em minha mente. E hoje tenho o maior prazer desse reencontro e, que nossa amizade dure e dure pra sempre.” - Kalyna Vanessa.

Foto: Adriano Matias.
“Sentia muita necessidade desse reencontro, era uma forma de juntas, falarmos da nossa maravilhosa infância, compartilhar essas vivências me deixava saudosa, porém muito feliz (Ah! Tempo maravilhoso). Éramos disciplinadas, uma rotina organizada. Levávamos uns puxões de orelha da nossa coreógrafa, que buscava sempre a melhor performance; exigente, mas como era feito com amor, sempre dava certo. Dos ensaios, e apresentações são relances lindos, da nossa história misturada. E hoje mulheres maravilhosas, vemos o quanto, fomos influenciadas por coisas boas, positivas. Podemos falar com muito orgulho tudo que vivemos, contar nossa trajetória para nossos filhos e ouvir eles dizerem: "'Nam', eu morreria de vergonha", ou um: "Eu queria ter vivido essa época". E hoje, quando nos juntamos, é uma troca de carinho, e muita conversa. Me sinto abençoada de ter pessoas tão especiais na minha vida. A distância até tentou nos separar; namoros, casamentos, porém o que é verdadeiro será eterno. Amigas até o fim! - Jailma Varela.

Foto: Adriano Matias. 
“Eu me perco nos sentimentos e confesso que não sei expressar com palavras o tamanho da saudade que eu sinto daquele tempo... Ahh, tempo bom! Costumo dizer e não me canso que fomos sim a melhor geração... Tivemos a melhor infância e a melhor adolescência, onde a maldade quase não existia... Vivíamos quase um conto de fadas. Certo que tínhamos nossas responsabilidades. Tínhamos horários e limites pra tudo... Respeitávamos todas as ordens dos nossos pais, professores, tudo era válido e absorvido, e tudo isso me traz uma saudade imensa... E que bom que o tempo passou, seguimos cada uma o seu caminho, e o melhor de tudo foi que o próprio tempo se encarregou de nos juntar novamente!! E por fim, vou parando por aqui, por que se não eu passaria mais um tempão falando e me perdendo nas palavras sem saber expressar tamanha alegria e felicidade de ter tido o prazer de ter vivido tudo isso e ainda fazer memória no coração das pessoas q chegam p nós e dizem: ‘Ahh, eu lembro de vocês! Isso é muito gostoso...’” - Rosevânea Ferreira.

Foto: Adriano Matias. 
A história dessas meninas daria para escrever um livro e, como elas mesmas dizem: “Bons tempos que não voltam mais!” Nossas crianças e adolescentes de hoje jamais saberão o que é isso, essa sensação de viverem quase que em um conto de fadas. Este Blog agradece pela disponibilidade em nos passar as informações necessárias para a criação desta matéria histórica. Sim, nos tempos “dourados” de P.A, as “Paquitas” marcaram época!


Por: Elton Trindade.

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