Sentir-se plenamente realizado(a) criticando o outro, é fácil; difícil é sentir-se plenamente realizado(a). Isso lhe parece redundante? Convido-o a voltar e ler de novo, e de novo, e de novo...

Imagem: Google.

Você é realmente uma pessoa realizada? Em quais áreas você se sente uma pessoa realizada? Uma coisa é sentir-se uma pessoa realizada, outra coisa é sentir-se uma pessoa parcialmente realizada. Se existe? Existe sim, mas isso não vem ao caso. Vamos falar do plenamente realizado(a) e a partir de então você faz sua própria reflexão.

Tem uma letra de Vanessa da Mata que diz o seguinte: “... Gente feliz não se incomoda com os outros, cada um tem sua maneira de existir. Se cuide para não ficar amargurado, não seja o tipo que reclama e fica sentado...”.

Uma pessoa realizada equivaleria a uma pessoa feliz?... Então, uma pessoa feliz equivaleria a uma pessoa realizada?... Em ambas as frases eu diria que há controvérsia. Enfim, e agora, que tipo de pessoa é você?... Realizada e feliz, realizada e amargurada, vive uma falsa realização e é extremamente infeliz (amargurada); é feliz, mas não se sente realizada, é só realizada, ou é só feliz? Deu um nó agora, né? Se você me diz que é uma pessoa realizada e feliz, eu suponho que para você a vida do outro é realmente do outro; o que ele faz ou deixa de fazer, pouco importa. Se você o acompanha e sente-se incomodado(a) com a sua ascensão, você é tudo, menos uma pessoa realizada e feliz. Você pode até ser uma pessoa realizada, porque conquistou o que queria (me refiro a bens materiais), mas é infeliz, porque não suporta ver a caminhada do outro, principalmente quando este outro tem grandes chances de conquistar o que você conquistou e ficar ainda maior do que você ficou. Caramba, quantos nós!

Por exemplo: Eu. Hoje eu me sinto uma pessoa feliz, mas não totalmente realizada! Existem muitos projetos a serem realizados em minha vida; estes, encontram-se nas esferas profissional e econômica. Alguns podem pensar: “Mas cara, eu te vejo tão bem profissionalmente”. Posso estar “bem” profissionalmente, mas isso não significa que eu não possa ir mais longe! Só os fracos se acomodam. Eu só dou um passo para trás se for para ganhar impulso. Sim, eu adoro correr riscos!

Uma coisa que tenho me policiado muito é com relação ao outro. Se eu não o aplaudir, desanimá-lo eu não vou! Se eu não o elogiar, criticá-lo eu não vou! Cada um sabe dos seus passos e o quanto eles são árduos em suas vidas. Medir a estrada do outro com a minha régua, jamais. Aquilo que eu não quero que façam comigo, eu não farei com outro.

Tem um poema que a grande Maria Betânia gosta tanto de recitar em seus shows, onde sua autoria é atribuída à inconfundível Clarice Lispector, que diz o seguinte: “Antes de julgar a minha vida ou o meu caráter... calce os meus sapatos e percorra o caminho que eu percorri, viva as minhas tristezas, as minhas dúvidas e as minhas alegrias. Percorra os anos que eu percorri, tropece onde eu tropecei e levante-se assim como eu fiz. E então, só aí poderás julgar. Cada um tem a sua própria história. Não compare a sua vida com a dos outros. Você não sabe como foi o caminho que eles tiveram que trilhar na vida”.

Se não for aplaudir, não critique; se não for elogiar, não critique; se não for aconselhar para o bem, não critique... Se preocupe com a sua caminhada, com as suas sandálias, se não já estão “desgastadas”, se não precisam serem trocadas... Viva mais a empatia e menos a soberba de se achar o(a) maioral. As pessoas já andam tão tóxicas, amarguradas, cheias de si e acabam confundindo isso com independência, liberdade, felicidade... quando na verdade o que lhes faltam é um espelho que lhes mostrem a própria alma. Se você fosse a pessoa foda que pensa ser, certamente estaria vivendo e não destilando veneno.

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Por: TRINDADE, Elton.

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